Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 31 de julho de 2011
SONHO
Vivo o sonho de um milagre
Onde meu coração seja percebido
Antes do nada
E minha alma possa explodir
Antes que minha cara seja julgada
Vivo o terror da futilidade
Desprezo os olhares que dormem
Eu já não tenho mais idade
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