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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

PERFEIÇÃO

Quem teve a audácia
De pintar em ti essa cor?
A divindade
De desenhar em tão finas linhas
Esse rosto que ilumina?
Quem teve a genialidadeDe plantar nele lábios tão perfeitos?
Quem?
Me diga.
Teria a coragem
De provocar o próprio universo
Dando a alguém um corpo com luz própria?

E por tanto amor aplicado
Na feitura de tamanha beleza
Ganhaste de presente
A educação de uma rainha
E o carisma de uma deusa
Onde, lhe garanto
A própria Afrodite te inveja
E Eros a cada dia morre pelos seus encantos

Mas eu
Mortal imperfeito
Numa busca apaixonada
Procuro no mais fundo do peito
Palavras
E assim pintar seus versos
Com tintas divinas
E sequer chego perto
Do que julgo ser o certo

Eu
Ao seu coração entrego agora
O que inspirado em você deusa, o fiz.
Comparo-me a Orfeu
Que em poemas, cantava e encantava Eurídice
Em sua lira tão brevemente eterna e feliz

desejo

O desejo é amar teu sorriso
Querer que brilhe por mim
O desejo é cegar em teus olhos
Dado o clarão deles nos meus
O desejo foi no segundo primeiro
E vai durar uma vida
Pela eternidade afora

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

vida safada

“Tanto tempo sem mirar teus olhos.
Culpa dos desencontros casuais
Propositados pela vida”

...


Tens meus braços abertos
Tens meu coração inteiro
Tens minha alma, por ti alada
Mas preferes abraços incertos
Batidas de um peito traiçoeiro
Voas longe em busca de nada

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

lugar comum

Mais uma vez eu estou sozinho
Perdido em lamentos inúteis
Como vento soprando desalinho
Preocupado com coisas fúteis
.
Outra vez o espelho se quebra
Ante um semblante sempre amargo
Minh’alma magoada sem amparo
Envelhece na tristeza que prega
.
Novamente olho para os lados
E tudo que vejo é um deserto
Ventando pensamentos alados
.
Sabe o horizonte vermelho no fim?
Eis o que meus olhos vislumbram
É comum, é o eu, é sempre assim

buraco

Não é alguém
Não existe um nome
Nem mesmo um momento
O que acontece em meu espírito
Meu peito
É um buraco
A necessidade de completar
Pode ser Maria
Pode ser Marília
Pode ser você
Ser o que for
Só precisa encaixar

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

eu e você


Percebo esmaecendo aos poucos
Apagando tal vela no ultimo suspiro
O vermelho mais sangue
Descorando no cinza mais fúnebre
Uma estrada chegando ao fim
Em pleno entardecer
Desgaste nas palavras
Silencio no olhar
Silencio mortal
Mãos frias
É como ver o sol se despedindo
Apagando
Escurecendo