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sábado, 29 de outubro de 2011

VEIO COMO...








Veio a noite no céu da tua boca
Entre os dentes cor de neve
La do fundo da sua alma louca
Falando sobre o que foi breve

Veio como vem o mar quando revolto
Enganando na beleza da espuma
Quebrando pedra e cais no beijo solto
Na praia solitária, praia noturna

Veio como vem a tempestade
Assoviando mortal desespero
Roubando a luz da minha cidade

Veio como o sol no ultimo dia
Cansado de iluminar meu mundo
A brilhar os olhos em outra via

sábado, 22 de outubro de 2011

ILUSÃO

Me leve aos confins do desespero
Onde os fantasmas assombrados
Tremem como se fora dia de enterro
Sem razão eu digo, escuro não é medo

Nada há que me assanhe os pelos
Por sentimento ateu ou igreja
Eu conheço o caminho inteiro
Da morte onde o pavor viceja

O terror das coisas desconhecidas
Alimenta a ilusão desesperada
Superando os olhos em mentes vencidas

Não há de ver o horizonte alem
Nem o final desse filme medonho
Através de olhos cegos de outrem

domingo, 16 de outubro de 2011

QUARTO ESCURO

Falo e alguém se importa?
Perca o tempo me buscando
E tente não achar insano
Porque eu sou um quarto escuro
Por trás da porta

FANTASMA

O que explodiu foi um sorriso
E o que veio depois eu não sei
Meu cérebro zumbiu feito guiso
De repente seus olhos eram a lei
Reticente que sou, morri
E foram segundos de alem
Resoluto e só que sou
Fantasma pela rua sumi
Amem

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

AQUI O AMOR...



Era só uma silhueta distante
No rastro das lembranças já mortas
Nas mãos me levava ainda pulsante
Sem adeus, só o fechar de portas

Aqui se acabam todas as canções
Aqui o amor deixa de ser amor
Monstro agora de todas as maldições
Morador do putrefato cheiro da dor

Foi quando no despertar do sonho
Vendeu barato as asas por nada
Voltando ao breu da velha estrada

Era agora apenas a imagem
De algo esmaecendo no horizonte
Aqui finda do amor toda coragem

terça-feira, 4 de outubro de 2011

CADA SOFRER.


Sei que da dor se colhem diamantes
E é pelo sofrer de muitos poetas
Que mil versos se fazem gigantes
Nos corações com as portas abertas

Minhas letras nascem vivas feridas
Sangrando magoas no primeiro choro
Quando a morte se faz querida
Trazendo toda a paz num desafogo

Do sofrer brotam frutos venenosos
Que alimentam uma triste pena
Em marcha fúnebre de ais lamentosos

Em silencio Madrugada adentro
Cada letra se faz agonizante
Cada lagrima, cada instante

sábado, 1 de outubro de 2011

ESPELHO MEU


Um belo dia
Acordei atrasado e com sono
Olhei o espelho
Num rápido escovar de dentes
O desgraçado cruel me fala
Homem, como você é feio, meu deus!
E eu ali parado, o tempo correndo
Sem muito que poder dizer
Lavei o rosto
E num leve sorrir repliquei
Ora, vá se fuder

TEIA DE LUZ


Quando o dia se fez
Da noite filho
Deparo-me com o sol
Com o orvalho
Na teia da aranha
Tecendo brilho
E eu calado
No meio da renda
Ela
Calada
Brisa leve, silencio
Segredo revelado
Até a mosca mais esperta
Ficaria ali parada