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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

lapide

Cansei de provar o improvável
Insistir no impossível
Reconquistar o conquistador
Minha verdade não é louvável
O mal que eu fiz é terrível
Provoquei o desamor
É minha a dor
Não serei eu uma pedra
Drummond já falou dela
Serei a falta de mim mesmo
e...
Pela retina da minha cegueira
Seguirei sob luz de velas
Pela estrada dos sentimentos mortos
Respirando o ar pesado e atroz
Pela decepção das mentiras não declaradas
Que os olhos viram e não creram
Minhas lagrimas criariam oceanos
Não as permito
Minha fraqueza é incapaz de dessa voz

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

nós

Nunca mais um mais um será nós
A noite apaga finalmente
A sombra das nossas mãos abraçadas
Desatando com poder todos os nós

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

inevitavel

Aquele dia vai chegar
Mesmo sol
a chuva vai cair
Seu esquecimento vai te lembrar
Do nada lagrimas vão surgir
Tarde eu sei
Mas talvez o som da sua voz eu ouça
“ninguém me amou como você”
É a vida
É a lei

domingo, 23 de janeiro de 2011

Luz

Seja você um raio
Da mais pura luz
Atravesse sem piedade
Seu mundo
Seu eu
Sua cidade
Brilhe a ponto de explodir
Seja todas as estrelas cadentes
Se encontre
Transforme suas lagrimas
Em uma imensa vontade de sorrir
E quando teu sol iluminar o fim do túnel
Não se assuste
Eu disse que não iria partir

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

parabéns para mim

Grande dia
Grande tudo
Grande nada
Não é mais um ano de vida
Eu não me iludo
É menos um ano para viver
Não é sabedoria
Há eu to envelhecendo
A vida vai passando
De mim fazendo troça
Nos versos vou perecendo
O futuro já é passado
Sigo rumo ao fim
Feito condenado
Ai de mim

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

..

Secam aos poucos
As plantas do nosso mundo
Enfim apagou-se o sol
Teus olhos denunciam
Secam aos poucos
Mas...
O céu ainda é azul
A chuva não vai cessar
Promessa de germinação
Meu coração jardineiro não aprende
Terra lavada
Terra preparada
Ilusão novamente abraçada

(eas)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

preciso

Preciso amor dos teus cabelos finos
Que emolduram Afrodite o teu rosto
Teus olhos me provocam desatinos
Teus lábios, teus lábios, todo o gosto

Preciso amor da sua primavera
Cuja única flor reina soberana
Rainha dos jardins de toda terra
Deusa que meu coração venera

Preciso amor de o teu sol me queimar
Torrando meu corpo na brasa do teu
Secando minh’alma de te amar

Preciso minha flor que seja tua raiz
Profunda no mais profundo do meu peito
Por mil anos florindo em meu leito

domingo, 9 de janeiro de 2011

só você

Só as tuas mãos sabem
Só os teus olhos vêem
Só o teu corpo é
Só teus lábios podem
Meu ar vive nos seus beijos
Não tentem as flores
Elas não tem seu cheiro
Não insista o sol
Ele não tem o seu calor
Sem você não posso
Morro a cada segundo

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ela e o jardim

Quase te perdi ontem
Por tantas vezes
Você sequer disfarçava
Quase te perdi
E você
Desfilando
Entre orquídeas
Se misturando as margaridas
Quase perdi você
Entre um verso e outro
Do Vander Lee
que parecia cantar só pra você
Flores
Musica
Cores
Nada brilha como você
No fim
Quem não se encontrou fui eu
No medo de te perder

(eas)

sábado, 1 de janeiro de 2011

eu

Sou um homem maduro
Em coisas inúteis
Cresci solitário na multidão
Um altista fora de si
Perco-me nas coisas simples
Encontro-me nas complicações
E me confundo em tudo
Perdi as contas das perdas
E já me encontrei no vazio
E não aprendo
Meu coração é um guia cego
Minha alma congelada jaz
Meus olhos vêem o que não é
Arrependo-me do que nunca foi
Assassino do próprio ego
Tenho saudades do que apenas sonhei
Descobri que ser maduro é ser velho
O que eu preciso é sabedoria
Todo o resto é perda.

adeus

O que te fez passado tão no presente?
Ainda ontem era flor no meu jardim
Tão entregue e solta para mim
Agora viajo no vazio que era a Gente

O céu do universo de repente breu
Meu canteiro seco na falta de cor
Fazendo rima com o que já fui eu
Falta tudo, falta você meu amor

Onde você escondeu seus olhos dos meus?
Como viver sem o sol dos lábios teus?
O que fazer de mim que já não sou mais?

Que sejam essas palavras o meu adeus
O que vai queimar até nada restar
É toda minha alma nesses versos sem paz