Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade
domingo, 10 de janeiro de 2010
Talvez
Talvez tenha sido a lua
Ao ver as estrelas mais belas
E a sombra de um eclipse
Foi dançar rock com elas
Talvez tenha se lembrado
Ao ver entre todas, a mais brilhante
De uma prece recebida naquela noite
Enviada por um coração errante
Talvez tenha se compadecido
Em perceber uma alma em prantos
Que vendo toda esperança por um fio
Se aninhava em silencio pelos cantos
Talvez tenha se apaixonado
Pelos desejos mal expressados
Pelas palavras ainda não ditas
Pelos olhares ainda não revelados
Talvez tenha nos olhado com amor
E pela madrugada nos tocado
E nos dado de brinde a coragem
Num encontro não marcado
Talvez não existam palavras
Mas existe o silencio no olhar
Não precisa ser difícil ou complicado
Se o que importa é o desejo de amar
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