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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

quase

Noite longa é a vida
Infindável a noite
Às vezes estrelas
Às vezes lua
Escuro a se multiplicar
Quase amanhece
Quase aurora
Quase sol
Quase

dor

A tristeza só não é maior
Porque o universo é pequeno
Minha felicidade secando
Pelo sol da indiferença
Teu silencio me fazendo sereno
Não existem lugares
Frio ou no calor
Corações ou planetas
Não existem dias
Anos ou séculos
Onde se possa acomodar a dor

domingo, 19 de dezembro de 2010

choro

Já caminhei infernos na escuridão
Andei descalço nas brasas da agonia
Quando eu já não me acreditava
Onde nada mais de mim existia
Algo brilhou
E antes que eu pudesse acreditar
O breu voltou
Eu não guardei suas fotos
No silencio exorcizo a nós dois
Devo ser doente ou você louca
Escuro e cansativo o sofrimento
Lembranças vem me enlouquecer
Noites e dias
Seu corpo, sua boca
Saudades de um tempo
Saudades de coisas
Saudades de você.

sábado, 11 de dezembro de 2010

+

Como se diz adeus?
Quais as palavras?
E as não palavras?
O silencio é tão obvio
Tão claro
E a voz se torna dispensavel
Melhor assim,
O que não se alimenta perece
E o amor termina por apagar
E na escuridão da dor algo ganha vida
Saudade?
Odio?
Decepção?
Não importa
O meu silencio fala mais alto que minha dor

+

Sonhei em te-la todas as noites
Cri ser feliz todos os dias
Escrevi versos de cada segundo
Desenhei suas linhas em poesias
Sonhei não herdar lembranças
viver na saudade do gosto de você
A dor escreve por mim e me assusta
Seu silencio e sua fuga ao entardecer
Na falta da verdade
Machucando e matando minha alma
Sonhei tanto e me perdi da realidade
O despertar sim foi o pesadelo
Foi onde me encontrei sem calma
Sonhei ter sempre a visão da sua luz
Maravilhosa como qualquer estrela
Não as sombras da saudade
Deprimente como noite sem lua
Pouca paz pra tanto sofrimento.

sábado, 5 de junho de 2010

loucura sem rima

Sabe aquela coisa de ver o rosto da pessoa amada em outras caras?
Por absurda e inexplicável ação do destino
Eu não consigo ver outro rosto que não seja o seu
Nada numa fração de segundos me tira seus olhos da mente
Seu cheiro invade tudo e a dor que vem junto é insuportável
Como é ruim não poder sentir você
Como é ruim o frio agora sem o toque do seu corpo
Que tragédia minha vida nesse momento da sua ausência
Minha alma se desmancha em prantos reclamando sua voz
Minha flor, acalmar minha dor é fácil
É só ter você pela vida toda
Ao meu lado e não só aqui dentro.

??

Preciso deixar as ilusões
Deixar de tocar estrelas
Deixar o horizonte inalcançável
Dormir em nuvens de algodão
Preciso deixar a lua sorrindo
Nas noites de enganos
Da luz descendo em centelhas
Preciso acordar de sonhar bobagens
Preciso viver de você
Fazer-me Perceber
Fazer-me acreditar em tudo
Que na verdade eu quero esquecer

sexta-feira, 14 de maio de 2010

saudades

Tenho saudades de tantas coisas

Vidas que passaram e que passam

Da dor que me traz o ar de outras épocas

Sinto uma vontade tão grande

De voltar e sangrar tudo novamente

Até os pesadelos sonhados

Mesmo os tombos e as feridas abertas

Que nunca se fecharam mesmo em décadas

Nasce-me nos olhos o desejo

De viajar nesse túnel e exorcizar na raiz

Tantos demônios que nunca me abandonaram

Secar no poço as lagrimas que já nem existem mais

Tenho saudades sim de tudo que me fez ser o que sou

Mais espinhos que flores, mais granizo que sol

Mais eu que a dor

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Minha flor

Minha flor quando minha
Em segredo guardada
Secreta rainha
Em sonhos, desejada

Minha flor quando nua
Desfolhada em pétalas de luz
Nem sol, nem mar, nem lua
Além dela
Nada mais em meu peito reluz

Minha flor, quando em meus lábios molhada
Entregue a toda sorte de amor
Sabendo-se amada
Sentindo-se minha
Minha flor

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

mascara numero...

Torno meu mundo palco da decepção
Abro com os olhos tal cortina
Primeiro ato monologo inútil
A arte brilha forte na retina

As luzes antes cegando o bom senso
Baixam guarda nas palavras vazias
O desfecho da trama se torna obvio
No final é certo o que eu penso

Palco na verdade um picadeiro
Deixo os artistas a vontade
De cara limpa, sem roupa ou pandeiro

Torno meu palco mundo do nada
Da decepção desesperançada
Da sua cabeça fraca e domada

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

segredos

Voei
Alto e em bom tom
Voei de mãos dadas
Um anjo sob meu edredom
A cada gota de suor derramado
Entre sussurros e olhares
Sonho nunca ter acabado
Eis agora minha boca
Saudosa de tantas alegrias
Em sentir o gosto de te deixar louca
Da luz de sua alma ter bebido
Me vi tão alto do resto do mundo
Em algum momento
Entre seu pescoço e algum gemido
E cai tão violento
Dos lábios a algum outro lugar
Que secreto guardo aqui dentro

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

calor

Tantos sonhos realizados
a vida toda em apenas um olhar
Que Neruda me abençoe
Em escrever pensamentos
Agora alados
Mãos que voam
Labios que queimam
Corpo que grita
Meu ponto de fuga
Minh’alma sente
Calma e muda

era você

Eu vi quando as estrela caíram
Foi logo após a lua se apagar
E o sol por birra não despertou
A aurora viúva nem pode estar
Foi escuro pra todo lado
Todos se calaram
Silenciando vida e morte
E ninguém sabia da própria sorte
Eu vi quando dois diamantes brilharam
Foram como faróis
Eu ouvi
Quando os pelos da minha pele gritaram
E pude também testemunhar aqui
A luz e as cores quando afloraram
Em forma de orquídeas em neon
E as estrelas estavam lá sem por que
A lua brilhava e o sol sorria
Quem diria!
Era você .

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

e agora............

E agora?
Eu te procuro em meus dedos
Busco novamente seu gosto em minha boca
Sinto suas mãos em mim
E nas minhas ainda tenho seu cheiro
E agora?
Preciso da certeza de que não foi sonho
Sua cabeça em meu peito
E suas unhas viajando em meu mundo
E agora?
Ainda que possa ter sido apenas isso
Apenas um segundo na eternidade
Mesmo assim
Valeu à pena,é eterno aqui dentro
E agora?
Senti sua alma, sua respiração
Me queimei no seu fogo
E agora.
Sou de você o que quiser que eu seja de mim.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

reciprocidade

Todas as cores são iguais
Todas as flores são a mesma
Até que uma brilhe mais por mim
Perfume mais que as outras
Caminho pelo jardim
E não consigo disfarçar
Minha própria indiferença
Com todas as indiferenças
Antecipo minha reciprocidade

natimorto

Alegrias eternas são fantasmas
E a hora do adeus sempre chega
É inútil negar que sentimentos sejam diamantes
Mas é fato saber que uma dança é a dois
A dor maior não é a falta do que se deixa
Mas sim sentir saudades do que não foi
Sentir dor pelo que nunca existiu
Morrer pelo beijo que nunca nasceu

domingo, 10 de janeiro de 2010

FLOR

.
Se eu fosse um poeta!

Não um poeta comum.
Desses que se criam aos montes
Nos botecos da solidão

Se eu fosse Drummond
Sim, um gênio apaixonado
Eu teria uma certeza
Ao ver tamanha beleza
De que você é a flor mais bela
Pintada numa aquarela
De palavras em versos
Nascidos nas noites quentes
Na minha pena vertente
Cantando os arrepios
Que de graça recebi aos rios
Ao ver sua pele nua
Mas me falta ser Neruda
e cantar você a lua
Falta-me as palavras

Se eu pudesse.
ah se eu tivesse o dom
Eu diria o que lhe agrada
que você é a pessoa certa
Mas quem sou eu?
Senão um pobre
Comum e limitado poeta

Talvez


Talvez tenha sido a lua

Ao ver as estrelas mais belas
E a sombra de um eclipse
Foi dançar rock com elas

Talvez tenha se lembrado
Ao ver entre todas, a mais brilhante
De uma prece recebida naquela noite
Enviada por um coração errante

Talvez tenha se compadecido
Em perceber uma alma em prantos
Que vendo toda esperança por um fio
Se aninhava em silencio pelos cantos

Talvez tenha se apaixonado
Pelos desejos mal expressados
Pelas palavras ainda não ditas
Pelos olhares ainda não revelados

Talvez tenha nos olhado com amor
E pela madrugada nos tocado
E nos dado de brinde a coragem
Num encontro não marcado

Talvez não existam palavras
Mas existe o silencio no olhar
Não precisa ser difícil ou complicado
Se o que importa é o desejo de amar

Marinheiro

Eu queria ser marinheiro
Isso quando menino
Eu tinha um barquinho
E na banheira-no banheiro
Ia ele indo e vindo
Mas no meio dessa aventura
Eu me achava o próprio netuno
E vendo tudo muito lindo
Vendo tudo muito certinho
O Naufraguei e mandei ao fundo
Por isso não sou marinheiro
Já teria ido a pique
Meu instinto de marujo
Me daria um chilique

AMO-TE QUANDO SEMPRE

Busquei poemas
Busquei palavras
Em outras bocas
Outras estradas

Tentei em vão
Em outros escritos
Encontrar versos
Que nem foram ditos

Resolvo por aqui
Em anônimas linhas
Dizer o que sinto
Em palavras minhas

Amo quando se achega
Amo quando sorri
Amo quando me ama
Amo desde que a vi

Amo quando ontem
Lua ou estrela cadente
Quando dia ou noite
Amo-te quando sempre

Era

ERA...
Era à tardinha a caminho do fim

Era o sol tombando em preguiça
Era eu cuidando um céu salmão
Era o dia indo e esvaindo assim
Era à noite sem graça apagando tudo
Era
Era a lua, e que lua mais linda
Era um esparramo de estrelas
Era aquela aquarela de fundo breu
Era um perdido em êxtase
Era eu

Solidão

Meu parque se chama solidão
Sou uma metade inteira de nada
O silencio me leva pela mão
É meu par constante nessa estrada
.
Mesmo no espelho eu vejo o vazio
O sol não descobre minha sombra
Sigo indigente num mundo tardio
Sempre atrasado e na corda bamba
.
Perco minha alma a cada segundo
Não existe volta nem atalho
É grande o deserto desse mundo
.
Ser só parece ser uma sina
Um vazio terrível na multidão
E a esperança em cada esquina

VISÃO

Foi quando tive uma visão
Um sorriso feito a luz do meio dia
Eu não pensava em mais nada
Foi a tarde enquanto o sol caia
.
Quanta coisa me dizia sua beleza
Meu desejo era flores lhe oferecer
Uma princesa se fazendo plebéia
Eu queria só um beijo merecer
.
Reuni toda coragem que não tinha
Sem pensar me cheguei ao seu lado
Mas não fui de mãos vazias
Uma flor do jardim eu havia roubado
.
Aquele sorriso nunca me esqueço
Seria eu detentor de tão boa sorte?
Seu sim me virou pelo avesso
Um beijo ganhei e perdi o norte

sábado, 9 de janeiro de 2010

meus olhos,minha luz

Preciso
Que olhe meu coração
Que não se importe
Com as cicatrizes
Amar
Às vezes é uma guerra
Não se assuste
Ele ser tão pequeno
Tem mais nele
Que em toda a terra
Preciso
Que procure nele seu espaço
Que faça dele morada
E não tenha medo
A escuridão
Termina na sua chegada

domingo, 3 de janeiro de 2010

C

Não fazes idéia do buraco que cavaste
Nem mesmo por um momento imaginas
O vazio agora chorando em mim
Deixaste marcas eternas no devaste

Tamanha beleza destruindo muros
Todos o que construi por medo
Trincheiras em volta do meu peito
E destruíste com olhares mudos

Toda minha muralha agora no chão
Em segundos sem mesmo uma palavra
Um assalto e levaste meu coração

Tens em mim o direito de ser feliz
Tens porque me tens do inicio ao fim
Tens tudo o que sua alma sempre quis

tormenta

Meu espírito vagava tranqüilo
Por um oceano de silencios
Sem a existência de naufrágios
Só o horizonte por fim, sem nuvens negras
A satisfação era por nada
Uma vez que nada era o meu tudo
Não existia sol
Não existia lua
Estrelas não cabem em um mundo escuro e frio
Mas o dia amanheceu dos olhos teus
A lua brilhou em sua boca
Seu corpo disparando mil estrelas
Nem a mais inspirada sereia
Nem a onda mais linda
Nada se compara a voz que me atacou
Que me prendeu
Ainda ando em alto mar
Ainda meu corpo só
Ainda calmaria
Mas agora é dia
Seus olhos brilham por meu sol

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

possibilidades

Um dia ei de encontrar
Alguém tão meio quanto eu
Duas metades de coisa qualquer
A fazer um inteiro de algo bom

Eu estou só
Mais uma vez desde o inicio
Eu me vejo rodeado de nada
A solidão é dos males o pior
Não por falta de gente
Mas de alguém
Não por falta de palavras
Mas de conteúdo
Não por falta de carinho
Mas de amor verdadeiro
Não por falta de sorrisos
Não por falta de olhares
Mas por falta de você.
E é tão simples
Tão claro
Que você lendo meu lamento
É capaz de se ver nesses versos
Você que vejo como um raio
Rápido, forte, inesquecível
E agora me vejo só
E te vejo só
E somos dois tristes solitários
A procura do mesmo fim