Gente, cachorro, barraca
Chuva, príncipe, princesa
Cabeça fraca, coisa chata
Pão e circo da realeza
...
Eta gente besta, meu deus
Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 28 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
ADEUS
Adeus
E de cima abaixo
Meu peito rasgou toda dor
O mundo anoiteceu
De dentro para fora
Vomitando amor
E...
Algo sentido e chorado
Minou minha mente
Minh’alma assustada
Apagou os sinais e voou
Soluçando você, inconseqüente
E de cima abaixo
Meu peito rasgou toda dor
O mundo anoiteceu
De dentro para fora
Vomitando amor
E...
Algo sentido e chorado
Minou minha mente
Minh’alma assustada
Apagou os sinais e voou
Soluçando você, inconseqüente
sina
No fundo de um verde mortal
Descubro minha fênix
Agonizante renascendo
Bebendo do mesmo veneno
Que outrora fizeste por tanto mal.
Quando o sangue cora a face
Buscando forças no sorrir
Tentando que não seja esse
O mesmo coração que o desgrace
De verde em cinza torno
Só quero minha sina seguir
Descubro minha fênix
Agonizante renascendo
Bebendo do mesmo veneno
Que outrora fizeste por tanto mal.
Quando o sangue cora a face
Buscando forças no sorrir
Tentando que não seja esse
O mesmo coração que o desgrace
De verde em cinza torno
Só quero minha sina seguir
quarta-feira, 20 de abril de 2011
DEIXA
Eu que a procuro
Você que se esconde
É uma vida
É escuro
Em tantos rostos enganado
Vi teus olhos vivos
Em olhos de falsos brilhos
Melhor deixar de lado
Você que se esconde
É uma vida
É escuro
Em tantos rostos enganado
Vi teus olhos vivos
Em olhos de falsos brilhos
Melhor deixar de lado
BELEZA
Não me veio com a vida à beleza
Sorte em branco aos olhos do mundo
No espelho verdadeira certeza
No jardim futilidades sou vagabundo
Nas fotos redescubro a cada hora
O que me cobra a sabedoria
Dessa existência vã e vazia
Nos olhares de quem me ignora
Sobra-me alegria na verdade
Em privar-me de almas tão pobres
Sentimentos miseravelmente podres
Não desejo por fora o eu por dentro
As faltas superadas na liberdade
Do feliz prazer nesse lamento
Sorte em branco aos olhos do mundo
No espelho verdadeira certeza
No jardim futilidades sou vagabundo
Nas fotos redescubro a cada hora
O que me cobra a sabedoria
Dessa existência vã e vazia
Nos olhares de quem me ignora
Sobra-me alegria na verdade
Em privar-me de almas tão pobres
Sentimentos miseravelmente podres
Não desejo por fora o eu por dentro
As faltas superadas na liberdade
Do feliz prazer nesse lamento
terça-feira, 19 de abril de 2011
PERDIDO
Andei perdendo minha mente por ai
Meus pensamentos andam quarto vazio
Às vezes nem sei quantas vidas eu vivi
É como ser a correnteza de algum rio
Me perdi em algum lugar –não sei
Quando distraído dormia-morria
Pensando ser do meu mundo o rei
Num tempo em que eu morria-dormia
No eu agora me vejo sem cor
Talvez pelas nuvens que se aproximam
Chovendo lembranças –medo e dor
Deixei de ser minhas intenções
Quando minha voz se viu calada
Sem poder entoar minhas canções
Meus pensamentos andam quarto vazio
Às vezes nem sei quantas vidas eu vivi
É como ser a correnteza de algum rio
Me perdi em algum lugar –não sei
Quando distraído dormia-morria
Pensando ser do meu mundo o rei
Num tempo em que eu morria-dormia
No eu agora me vejo sem cor
Talvez pelas nuvens que se aproximam
Chovendo lembranças –medo e dor
Deixei de ser minhas intenções
Quando minha voz se viu calada
Sem poder entoar minhas canções
domingo, 3 de abril de 2011
SIENCIO
Preciso do silencio
Silencio que acalma a dor lancinante
Que espera o tempo passar
Tempo que cura todas as feridas
Que se abrem a cada segundo
Segundos que se mostram séculos
Arrastando meu espírito
Espírito que morre a cada segundo
No silencio
Silencio que acalma a dor lancinante
Que espera o tempo passar
Tempo que cura todas as feridas
Que se abrem a cada segundo
Segundos que se mostram séculos
Arrastando meu espírito
Espírito que morre a cada segundo
No silencio
SEJA
Que sejam estes os últimos versos então
Antes que minhas asas me levem daqui
Que seja ao sul meu ponto de parada
Meu norte foi perdido na sua direção
Que sejam estas linhas todo o resto
Descendo o inverno em tudo o que vivemos
Matando a primavera naquela face encantada
Que sejam as lembranças o premio ao menos
Mesmo sendo a maldição dos meus demônios
Que tremem com aquele olhar eterno
Pagando os pecados por ter amado
Que sejam esses versos esquecidos como os sonhos
No mais profundo do meu inferno
Onde cada beijo ainda brilha como o sol
Fazendo sombra no meu sofrimento
Manchando seu nome no meu caderno
Que sejam verdades ainda que cegas
Cada mentira em cada palavra precipitada
Em cada eu te amo vazio
Gritado no desespero de um lamento
Que seja minha estrada sem fim
Sem atalhos
Sem acostamento
Antes que minhas asas me levem daqui
Que seja ao sul meu ponto de parada
Meu norte foi perdido na sua direção
Que sejam estas linhas todo o resto
Descendo o inverno em tudo o que vivemos
Matando a primavera naquela face encantada
Que sejam as lembranças o premio ao menos
Mesmo sendo a maldição dos meus demônios
Que tremem com aquele olhar eterno
Pagando os pecados por ter amado
Que sejam esses versos esquecidos como os sonhos
No mais profundo do meu inferno
Onde cada beijo ainda brilha como o sol
Fazendo sombra no meu sofrimento
Manchando seu nome no meu caderno
Que sejam verdades ainda que cegas
Cada mentira em cada palavra precipitada
Em cada eu te amo vazio
Gritado no desespero de um lamento
Que seja minha estrada sem fim
Sem atalhos
Sem acostamento
VAZIO
Não me acostumo ao gosto
De não mais beijar sua boca
Tocar seu corpo, seu rosto
Provocar a te deixar louca
Naufraguei sozinho
No alto mar do seu inverno
Perdi minhas asas
No mais alto do seu vôo
Eis meu inferno
Meus pés hoje caminham para traz
Na estrada do futuro perdido
Indo buscar em um passado doído
A falta que o vazio hoje me faz
De não mais beijar sua boca
Tocar seu corpo, seu rosto
Provocar a te deixar louca
Naufraguei sozinho
No alto mar do seu inverno
Perdi minhas asas
No mais alto do seu vôo
Eis meu inferno
Meus pés hoje caminham para traz
Na estrada do futuro perdido
Indo buscar em um passado doído
A falta que o vazio hoje me faz
MALDIÇÃO
Tenho por vezes os olhos de Florbela
Vislumbro toda dor insuportável
Olho as montanhas onde estas... Bela
E sofro por seres agora intocável
Todos os beijos não realizados
Superam os milhões que foram dados
Nessa hora minha alma sofrida
A morte sem medo pede guarida
Poetas suicidas e seus motivos
Justificados pela maldição
Abreviando seus dias perdidos
Os mais puros versos não aceitos
Por ti musa merecedora de todos
O desprezo como um tiro no peito
Vislumbro toda dor insuportável
Olho as montanhas onde estas... Bela
E sofro por seres agora intocável
Todos os beijos não realizados
Superam os milhões que foram dados
Nessa hora minha alma sofrida
A morte sem medo pede guarida
Poetas suicidas e seus motivos
Justificados pela maldição
Abreviando seus dias perdidos
Os mais puros versos não aceitos
Por ti musa merecedora de todos
O desprezo como um tiro no peito
sexta-feira, 1 de abril de 2011
SILENCIO
O silencio no teu olhar... calado
Só prova minha eterna flor... o mal
Que nos fizemos lado a lado
Transformando tanto bem em lodaçal
O meu calar é tão igual ao seu... gelo
Que sou capaz de ouvir a agonia
Arrepiando um lamento em cada pelo
Transformando água em veneno-meu dia
Desconheço adjetivos capazes
Palavras mágicas numa caixa
Que façam desatar tanta maldição
Findemos o mal que lhe faço-me fazes
Sepultando o amarrado em faixas
Encerrando no mais fundo-coração
Só prova minha eterna flor... o mal
Que nos fizemos lado a lado
Transformando tanto bem em lodaçal
O meu calar é tão igual ao seu... gelo
Que sou capaz de ouvir a agonia
Arrepiando um lamento em cada pelo
Transformando água em veneno-meu dia
Desconheço adjetivos capazes
Palavras mágicas numa caixa
Que façam desatar tanta maldição
Findemos o mal que lhe faço-me fazes
Sepultando o amarrado em faixas
Encerrando no mais fundo-coração
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