Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 13 de junho de 2014
TEUS PÉS
Teus pés
Por onde andam?
Mundo afora
Teus pés
Que pisaram delicados
Meus versos
Por onde andam
Teus pés agora?
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