Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade
sábado, 29 de dezembro de 2012
O QUE EU QUERIA
Queria em silencio que soubesse
Que a saudade é implacável
Que cada segundo morro numa prece
Que sem você não sou mau nem amável
Que compartilho com deus e o diabo
A dor infindável da sua falta
Que respiro e vivo triste fado
Cantado por um peito que se exalta
Que minhas noites são apenas espera
Que meus dias terminam sem começar
Que teus olhos me devoram feito fera
Preciso que entendas um a um
Os urgentes motivos dessas letras
Que sem você meus pés são lugar algum
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