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domingo, 18 de outubro de 2009

não

Não quero meus anos perdidos em sonhos
E recordar com amargas lembranças
A porta aberta mostrando as estrelas
Chamando-me feito crianças

Não quero as fotos desse quarto escuro
Onde meus olhos não crêem
Sabedor que La fora existe luz
Mas não se permite ir alem

Não serei eu um velho magoado
Buscando a morte como consolo
Sem historias pra contar
Pelos cantos chorando o passado

Sou agora
Esse idoso perdido em labirintos
Antecipando os anos de dor
Sofrendo pelas não tentativas
Escondido do riso, do amor

Sou o que pergunta no fundo d’alma
Existe uma saída, uma salvação?
E sou também o que responde
O fim não tarda, tenha calma

De todas as vidas que já vivi nesses parcos anos
Se comparado a eternidade são mesmo nada
Mas a dor leva essa existência ao infinito
Diga-me então, como se fazer planos?

Eu não quero mais lamentos enfadonhos
Perder os anos onde o sol pode aquecer
Ter os olhos fechados ao que se pode ver
Não quero meus anos perdidos em sonhos

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