Sei de mim e do abismo que crio
Um fantasma pra você observar
Chego e parto no curso do mesmo rio
Só desvio meu olhar pra te olhar
Divirto-me apenas em imaginar
Todos os pensamentos que possas ter
Ao ver esse ser em silencio arrogar
A si próprio existir e não crer
Vejo esse mundo tão longe e pequeno
Com pessoas falsamente grandes
Em seus olhares fúteis e perdidos
Meu sentimento hoje é mais ameno
Deixei os medos que me eram antes
Já não sigo cabisbaixo e aturdido
Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 3 de junho de 2009
ateu
Se por ventura
Em céu ou inferno eu cresse
Se minha fé não fosse sã
E cega inda taciturna
Sorrindo toda filosofia vã
Em ver o que não é.
Se tive os olhos
Abertos pela força
Que no obvio resiste
Já não é meu viver incerto
Que mesmo fatal acaso
É também livre e triste
Se por ventura
Em céu ou inferno eu cresse
Não sei ao certo do meu riso
Amarelo pela ilusão sabida
Ou sol pela cegueira imposta
Fronte erguida sigo eis a vida.
Em céu ou inferno eu cresse
Se minha fé não fosse sã
E cega inda taciturna
Sorrindo toda filosofia vã
Em ver o que não é.
Se tive os olhos
Abertos pela força
Que no obvio resiste
Já não é meu viver incerto
Que mesmo fatal acaso
É também livre e triste
Se por ventura
Em céu ou inferno eu cresse
Não sei ao certo do meu riso
Amarelo pela ilusão sabida
Ou sol pela cegueira imposta
Fronte erguida sigo eis a vida.
???
Custa-me acreditar
Vejo seu espírito
Escondo meus olhos
Pra não me cegar em seu corpo
Sinuoso caminhar
Dia após dia
Seu rosto
Sua cor
Se por ventura
O sol negar o dia
Nem diferença eu sinto
Porem se tu faltares
É escuro labirinto
Mas...
Basta-me sua visão
Aos poucos lhe descobrir
Hoje seu nome
Amanhã seu coração
Sonho o impossível sobre você
Sabedor do quão distante
Eu sei
Basta-me assim esse presente
O prazer de apreciar
Em silencio
Seu semblante
Seu olhar
Vejo seu espírito
Escondo meus olhos
Pra não me cegar em seu corpo
Sinuoso caminhar
Dia após dia
Seu rosto
Sua cor
Se por ventura
O sol negar o dia
Nem diferença eu sinto
Porem se tu faltares
É escuro labirinto
Mas...
Basta-me sua visão
Aos poucos lhe descobrir
Hoje seu nome
Amanhã seu coração
Sonho o impossível sobre você
Sabedor do quão distante
Eu sei
Basta-me assim esse presente
O prazer de apreciar
Em silencio
Seu semblante
Seu olhar
L'amour
Flagrei meu sorriso em outros olhos
Que a primeira vista foi brilho
Refletindo de graça nos lábios seus
Foi como vestir de luz eu maltrapilho
Meu espírito buscando pouso
Encontrou em ti abrigo pro inverno
Na sua voz a força do sol eu ouço
Seu amor perfeito é terno e eterno
Tens para mim a importância do ar
Tão imprescindível quanto à luz
Eis as palavras a lhe eternizar
Versos são poucos em tanto sentimento
Rimas são marcas eternas no peito
Atrasados, não tarde, é meu lamento.
Que a primeira vista foi brilho
Refletindo de graça nos lábios seus
Foi como vestir de luz eu maltrapilho
Meu espírito buscando pouso
Encontrou em ti abrigo pro inverno
Na sua voz a força do sol eu ouço
Seu amor perfeito é terno e eterno
Tens para mim a importância do ar
Tão imprescindível quanto à luz
Eis as palavras a lhe eternizar
Versos são poucos em tanto sentimento
Rimas são marcas eternas no peito
Atrasados, não tarde, é meu lamento.
NOITE
Toda tristeza finda em alegria
Que raro vive uma vida plena.
Feito sol, morto na madrugada fria.
Em silencio na sepultura escura
Toda alegria finda em tristeza
Amargando uma existência amena
Como o fogo que mata toda beleza
Sem alarde, nada resiste nada dura.
Toda a vida é uma contradição
Tristes pela alegria desenganada
Felizes pela tristeza abreviada
Vivemos em transição constante
Aurora, crepúsculo, nuvem, estrelas.
Somos noite e dia num só instante
Que raro vive uma vida plena.
Feito sol, morto na madrugada fria.
Em silencio na sepultura escura
Toda alegria finda em tristeza
Amargando uma existência amena
Como o fogo que mata toda beleza
Sem alarde, nada resiste nada dura.
Toda a vida é uma contradição
Tristes pela alegria desenganada
Felizes pela tristeza abreviada
Vivemos em transição constante
Aurora, crepúsculo, nuvem, estrelas.
Somos noite e dia num só instante
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