Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 12 de junho de 2012
PRA TE PEDIR EM NAMORO
Pra te pedir em namoro me superei
Decidi massacrar minha timidez
Cortei o cabelo,fiz a barba
Respirei fundo e me entreguei
Eu não perderia pra vida outra vez
Mesmo que muito pesada à carga
Andei muito a encontrar uma flor
Que fosse digna da sua luz
Única testemunha
Dos versos de amor
Que demoradamente compus
Reservei a melhor mesa
E o melhor quarto de motel
Eu não imaginava a tristeza
Do que se tornaria esse cordel
Enquanto em meus detalhados planos
Eu sonhava com você e o paraíso
E você jamais saberá
Na calada outro roubou meus sonhos
Eu fiquei com o inferno
E o prejuízo
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