Nada que perder da bagagem agora
Já me vi dono de tanta riqueza
Hoje trôpego a margem da estrada
Passos infinitos fuga afora
Nunca tem no horizonte
Se pondo ou nascendo
Algum sol
Mas eterna a sombra
Do teu semblante
Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Carlos Drummond de Andrade