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sábado, 14 de janeiro de 2012

FUGA

Nesse canto só cabe meu semblante
Acusado ser o que todos se fazem
Volto ao meu eu eterno de antes
Fujo dessa cova onde todos jazem

Eram todos irmãos da mesma cor
Vivendo a paz de uma mãe aflita
Eram hipócritas gozando na dor
Disputando a herança maldita

Quase um hippie em tempos modernos
Me largo de tudo nesse mar seco
Não sofro com invernos ou infernos

Meu grito é o silencio escrito
Meu lugar é essa fuga insana
Meu eu é esse vocês que eu evito

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

SONHO MORTO

Como podes tamanha facilidade
Criar muros ante a noite abissal
Que nasceu da sua dor realidade
E na fuga privar-me ser luz no teu mal

Voei feito passaro apressado
Na ânsia do ninho repousar as penas
Dei-me com um grande olhar congelado
Distancia maldita que te envenena

Ao longe as ondas da tua tormenta
Tão claras brilham quase em lagrimas
Tão grandes gritam e o cais se lamenta

Seria eu um porto a pisar teus pés
Fosse seu coração terra habitável
Não fosse eu um covarde detestável