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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

EU


Vou te contar como tenho vivido
Pois quando alguém disse
Que nenhum homem é uma ilha
Eu não havia nascido

Encontro-me sempre vida torta
 Um abismo instransponível
Entre eu e qualquer que seja
É como ser fumaça em brasa morta

Olho e o que vejo não se mede
Pois que nada me agrada
Não tenho palavras
Meu espírito não recua, não cede

Vôo longe tantos invernos
Como passarinho perdido
Buscando ninho
E o silencio meu amigo, meu inferno

Sou onda em mar revolto
Às vezes praia, às vezes fundo
Vento gelado que provoca espuma
Mar de lagrimas em pranto solto

Vou te contar que já não sorrio
Mesmo que os dentes brilhem
No escuro da boca amarga
Fingindo algum ato sombrio

Ai, minhas pernas que cansadas
Caminham milhas por nada
Estrada de poeira e morte
Minhas tantas vidas sendo veladas

Às vezes as nuvens abrem o sol
É como um novo nascimento
A ilusão na crença de algo florescer
O desejo de renascer feito o arrebol

Vou te contar que a esperança
É o sangue correndo em meus rios
É a vida que pulsa nos meus olhos
Que baila em meu eu feito criança

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