Vou te contar como tenho vivido
Pois quando alguém disse
Que nenhum homem é uma ilha
Eu não havia nascido
Encontro-me sempre vida torta
Um abismo instransponível
Entre eu e qualquer que seja
É como ser fumaça em brasa morta
Olho e o que vejo não se mede
Pois que nada me agrada
Não tenho palavras
Meu espírito não recua, não cede
Vôo longe tantos invernos
Como passarinho perdido
Buscando ninho
E o silencio meu amigo, meu inferno
Sou onda em mar revolto
Às vezes praia, às vezes fundo
Vento gelado que provoca espuma
Mar de lagrimas em pranto solto
Vou te contar que já não sorrio
Mesmo que os dentes brilhem
No escuro da boca amarga
Fingindo algum ato sombrio
Ai, minhas pernas que cansadas
Caminham milhas por nada
Estrada de poeira e morte
Minhas tantas vidas sendo veladas
Às vezes as nuvens abrem o sol
É como um novo nascimento
A ilusão na crença de algo florescer
O desejo de renascer feito o arrebol
Vou te contar que a esperança
É o sangue correndo em meus rios
É a vida que pulsa nos meus olhos
Que baila em meu eu feito criança
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